BH: Cantina Piacenza

Quando escrevemos sobre o Ah! Bon, comentamos que nossos almoços rotineiros são bem comuns e corridos, em casa ou em algum self-service, mas que, vez ou outra, procuramos algum lugar para um almoço mais legal. E outro dia mesmo, decidimos que precisávamos de mais opções além do Ah! Bon, pra onde sempre corremos…

Engraçado como já tínhamos cogitado ir à Cantiza Piacenza para almoçar algumas vezes, mas acabamos sempre deixando pra depois… Há uns dias, resolvemos olhar a lista do Duo Gourmet e, após analisarmos qual restaurante seria menos fora de mão para os dois no dia, acabamos escolhendo a Cantina (que fica perto do Diamond). E já dizemos logo que gostamos muito do almoço.

piacenza

O restaurante é bem tranquilo e tem um clima gostoso para um almoço como queríamos. O chão de ladrilhos, as cores escuras e as plantas deixam o ambiente bem aconchegante. O painel com fotos de o Poderoso Chefão dá um charme a mais ao local.

O serviço foi bom e rápido. A rapidez é especialmente importante nessas horas, porque almoço demorado é luxo pro final de semana só.

piacenza executivo

O restaurante oferece um menu executivo com bom custo-benefício. Como estávamos com o Duo Gourmet, pedimos as massas do cardápio regular, mas, se estivéssemos sem, certamente teríamos optado pelo executivo.

piacenza cardápio 2

piacenza cardápio 1

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A Cantina Piacenza tem dois cardápios distintos para almoço e jantar, que estão disponíveis no site (mas sem os preços). O cardápio regular de almoço é mais enxuto, simples e (provavelmente) barato do que o da noite. Contudo, há boas opções de massas e os preços são justos.

piacenza salada

Salada verde pequena (acréscimo de R$7,00)

Salada simples e direta. O molho de limão era gostoso, e as lascas de parmesão fartas. Só senti falta de uns tomatinhos pra dar uma incrementada.

piacenza camarão

Fagottini de camarão: camarão, queijos, molhos branco e vermelho e parmesão (R$27,50)

O prato esbanjava molho, o que não posso dizer não gostei, já que sou da filosofia quanto mais melhor. O problema, na verdade, foi o sabor da mistura dos molhos branco e vermelho, que, apesar de gostoso, ofuscou completamente o tímido sabor dos camarões. Sendo bastante sincero, só com muita vontade, consegui sentir o gosto dos crustáceos, que eram, provavelmente, descongelados, o que contribui para a perda do sabor.

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Fagottini de carne de sol: com requeijão de raspa e crocante de couve (R$25,50)

Essa foi uma ótima escolha, que felizmente está presente também no menu executivo. Os fagottinis foram recheados com fartura e, apesar de ter achado pouco à primeira vista (perdoem a mente gorda, rs), o prato é muito bem servido sim. Tanto que nem aguentamos comer sobremesa depois… A carne de sol do recheio estava macia e bem temperada, sem estar salgada demais. A combinação do molho de tomate com o bechamel trouxe suavidade à massa. Os molhos estavam deliciosos, mas chamo a atenção especificamente para o fato de que o molho de tomate era de tomate de verdade, meio rústico até, com pedacinhos. Eu detesto molho industrializado e acho que acaba com o prato (na minha casa, não entra de jeito nenhum!). Por fim, o crocante de couve (que parece estar na moda em BH) dá o toque final especial a esse prato delicioso.

Bom, gostamos muito do nosso almoço na Cantina Piacenza! Boa opção pra variar a rotina. As massas estavam muito gostosas, os preços são justos e, além do cardápio regular, há a opção de menu executivo.

Cantina Piacenza: R. Aimorés, 2422, Lourdes – (31) 2515.6092. Horário de funcionamento: almoço, de terça a sexta, de 11:30 às 15h, e sábado de 11:30 às 17h; jantar, de terça a sábado, de 19h à 0h.

BH: Dona Derna

O Dona Derna é o mais antigo restaurante italiano de Belo Horizonte, fundado em 1960. Apesar da tradição e do renome da Casa, até pouco tempo atrás, sabe-se lá como, ignorávamos sua existência… Quando, então, um casal de amigos nos convidou para comer lá, começamos a ver o nome do restaurante em diversos lugares, e os muitos elogios à italianíssima comida aguçaram a nossa curiosidade.

Fomos ao Dona Derna para jantar em uma sexta-feira à noite. Aqui, a primeira observação: pelo ambiente e pela comida, nos pareceu um lugar mais interessante para um almoço do que um jantar. O Dona Derna é a cara de um almoço dominical em família, sendo uma boa opção para dar um descanso para a pobre da vovó nas reuniões familiares.

O cardápio não apresenta qualquer explicação sobre os pratos. Apesar de o garçom solucionar todas as dúvidas, esse contratempo tira um pouco a liberdade do cliente de analisar as alternativas e fazer seu pedido, além de tomar um bom tempo da equipe.

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Na decoração, chamam a atenção as estruturas em ferro da porta de entrada, da escada e do parapeito do segundo andar, com destaque para o lustre e um enfeite de galo. Isso sem esquecer da enorme foto da Dona Derna, mãe do proprietário, que cobre uma das paredes.

Sentamos na área interna, o que, infelizmente, não nos livrou da fumaça dos fumantes que estavam na calçada, que entrava pelas janelas, tornando nossa refeição levemente desagradável pelo odor no salão.

Tendo recebido o valioso aviso de que os pratos de massa são bastante generosos, pulamos a entrada, fazendo direto o pedido principal. Aliás, para pessoas menos gordas esfomeadas ou que tenham pedido uma entrada, nossa sugestão é dividir o prato principal. As massas são frescas, de produção própria, e os preços variam entre 38 e 66 reais. Os pratos são clássicos, nada muito rebuscado ou original, mas indiscutivelmente deliciosos. É a boa e velha comfort food que agrada gregos e troianos.

Na mesa, um moedor de pimenta e um pote de queijo parmesão ralado ficam à disposição do cliente que desejar incrementar seu prato.

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Lasanha à Dona Derna (R$45,00)

Uma de nossas escolhidas não poderia deixar de ser a lasanha, eleita pela Veja Comer e Beber 2013 como a melhor de BH. Infelizmente, a lasanha não veio, homogeneamente, aquecida, estando, apesar de seu belo gratinado, somente morna por dentro. De qualquer maneira, a fama conquistada pelo prato se justifica pela boa qualidade da massa e do queijo utilizados, que casam perfeitamente com o molho bechamel da receita. Nesse ponto, vale uma pequena nota: não há presunto na lasanha, o que não é necessariamente um defeito, pois permite que os sabores dos demais ingredientes sejam ainda mais marcantes.

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Fagottini Della Nonna (R$38,00)

Os gigantes fagottinis são recheados com muçarela, presunto e champignon. O gratinado deixa a casquinha bem crocante, enquanto o interior permanece cremoso. A espessura do molho, bem encorpado, permitiu que ele fosse saboreado até o final, juntamente com a massa. Mesmo sem termos pedido uma entrada, ao final do segundo fagottini, já estava mais do que satisfeita. Mas a gordice, assim como a zueira, não tem fim… e eu comi tudinho, até a última gota, hahaha!

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Petit Gâteau (R$15,00)

Apesar de delicioso – como qualquer outro petit gâteau, diga-se de passagem -, ficamos até espantados com o minúsculo tamanho do bolinho e da bola de sorvete. Assim, a proporção entre preço e tamanho tornou a sobremesa um pouco frustrante.

O Dona Derna é um lugar mais adequado para um almoço de fim de semana do que um jantar. A comida é deliciosa, tipo de vó mesmo, e, à exceção da sobremesa, servida em quantidades generosas. Mas, pela simplicidade do local e dos pratos, os preços são um pouquinho salgados.

Dona Derna: R. Tomé de Souza, 1343, Savassi – (31) 3223-6954